Rodrigo Salim e a Medicina
Formado pela Universidade de São Paulo (USP), com doutorado no currículo, experiência clínica e estudos práticos na Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos), um dos principais centros de medicina esportiva do mundo, o médico-ortopedista, Rodrigo Salim, tem se dedicado a aprender e desenvolver novos conhecimentos em técnicas cirúrgicas de joelho há vinte anos.
Rodrigo Salim, atualmente, atende no centro médico multidisciplinar Acahdre Health Care, realiza cirurgias em alguns dos principais complexos hospitalares do Estado de São Paulo, como o Hospital Unimed Ribeirão Preto, e é médico credenciado no Hospital Albert Einstein na Capital Paulista.
Foi também, por muitos anos, ortopedista no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto, desenvolvendo vasta experiência em casos complexos e emergenciais. Concomitantemente, especializou-se em medicina esportiva na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ampliando ainda mais seu amplo leque de habilidades médicas.
Apesar de todas as qualificações, quando se olha para o currículo de Salim, ainda assim não é possível imaginar a rica história de vida que forjou este profissional: uma das principais referências em sua especialidade no Brasil e na América Latina.
O fato é que a ortopedia fluiu na vida de Salim com a naturalidade com que flui um rio sobre seu leito. Não foi um sonho de infância e adolescência, mas essas fases da vida foram essenciais para despertar nele o interesse pela medicina, transformando-a em um sonho maduro.
Desde muito cedo, os problemas cardíacos do pai, Jaime Salim, que demandavam intensos cuidados dedicados por sua mãe, Lourdes Salim, por familiares e amigos, fizeram Rodrigo perceber que cuidar da saúde de alguém era algo muito valioso e gratificante. “Eu era muito próximo do meu pai e o cuidado que lhe dedicavam minimizou a dor de perdê-lo quando eu tinha apenas 13 anos.”
Das perdas emergiu uma vocação
A ideia de virar médico também o ajudou a superar outra perda, nesse caso, a de um sonho: ser um jogador profissional de futebol. Salim teve curta passagem na categoria de base de times de expressão no estado de São Paulo, como Rio Branco (de Americana) e Portuguesa de Desportos (da Capital), mas não conseguiu se firmar.
O histórico de lesões no joelho como jogador amador, a lembrança do pai e o sonho da mãe de vê-lo formado médico (dona Lourdes sempre acreditou nisso), deram-lhe um novo norte quando Salim desistiu de jogar bola profissionalmente.
“Sempre tive muita facilidade para aprender. Na escola, só prestar atenção às aulas era o suficiente para passar nas provas. Por isso, minha mãe acreditava que eu poderia ser o médico da família.”
No entanto, com a infância e a adolescência entregues ao sonho do futebol, só as aulas do ensino regular não seriam suficientes para fazê-lo ingressar em Medicina numa universidade pública. “Fui fazer cursinho.” Seu raciocínio lógico se destacava e seu professor de matemática tentou cooptá-lo para a Engenharia Aeronáutica.
Ao fim do cursinho, além de prestar para Medicina, na USP de Ribeirão Preto e na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) , Salim prestou vestibular para o Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA). Passou nas três instituições e, como as aulas no ITA começariam antes das demais faculdades, Salim decidiu arriscar dois meses de aula na renomada instituição, tempo suficiente para se convencer de que queria mesmo era ser médico.
Grandes mentores e sempre aprendendo
“Eu me formei na USP no final de 2003. Em 2004, 2005 e 2006, fiz residência de ortopedia no HC de Ribeirão. Em 2007, eu fiz o último ano de residência [R4] com os professores Cleber Paccola [in memorian] e Maurício Kfuri, que são dois ícones da ortopedia nacional e internacional, em cirurgia do joelho e trauma de membro inferior.”
Em 2011, durante sua extensão (fellow) na Universidade de Pittsburgh (EUA), Salim teve como coordenador o Dr. Christopher Harner, chefe da medicina esportiva da instituição, na época. “Pittsburgh tem um dos times de futebol americano mais vitorioso da National Football Ligue [NFL], o Pittsburgh Steelers, que tem ligação com a universidade. Algumas vezes, tive a oportunidade de almoçar com o head coach da equipe [Mike Tomlin, que, ainda hoje, comanda os Steelers], no refeitório da universidade.”
Salim também concluiu pós-graduação em Medicina Esportiva pela Unifesp e tem mais de 30 certificações nacionais e internacionais em praticamente todos os tipos de cirurgia de joelho, o que inclui a artroplastia, que busca devolver a mobilidade à articulação e afastar crises de dor.
“Os pacientes que precisam de artroplastia costumam ser pessoas de idade. São pessoas que gostam e demanda muita atenção, bate-papo, muito cuidado e isso eu faço questão de lhes dedicar. Eu sei bem, pela experiência com meu pai, o quanto atenção e cuidado são importantes e fazem parte da essência da medicina que, para mim, é mais que uma profissão: é uma missão de vida.”