Após 8 anos longe dessa maravilhosa cidade americana, retornei a Pittsburgh para participar de um evento sobre tratamentos para lesões no Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Foi especial: pude reencontrar velhos amigos, aprender muito sobre cirurgia do joelho, não apenas na teoria, mas também na prática, e dar início a uma parceria para o desenvolvimento de pesquisas que conectará ainda mais a medicina de Pittsburgh à de Ribeirão Preto.
Do dia 4 a 12 de junho, estive na cidade de Pittsburg, Pensillvânia (EUA). Participei de evento que abordou tratamentos para lesões no ligamento cruzado anterior (LCA). O encontro de ortopedistas foi organizado pela University of Pittsburgh School of Medicine, um dos maiores centros de medicina esportiva do mundo, e reuniu especialistas em cirurgia do joelho de diversos lugares.
A cidade e a universidade têm um lugar especial na minha história profissional e na minha memória afetiva. Tive o prazer de estudar por longos meses lá em 2011, desenvolvendo parte do meu doutorado sob a supervisão do Dr. Christopher Harner, uma referência internacional em medicina esportiva.
A outra parte do meu doutorado foi desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, sob orientação do Prof. Mauricio Kfuri Junior. Dr. Kfuri é o meu principal mentor. Ele alicerçou sua carreira como ortopedista em Ribeirão, mas ganhou o mundo. Para se ter ideia, a classificação de fratura no planalto tibial mais usada no mundo é chamada de Classificação Schatzker-Kfuri.*
Eu e Paulo Araújo, na USP de Ribeirão, no dia da aprovação de nossos doutorados, com o professor e orientador Mauricio Kfuri (ao centro).
Em síntese, na ocasião da minha primeira vinda a Pittsburgh, pude iniciar uma aproximação com ortopedistas especializados em joelho da Escola de Pittsburgh. Minha recente passagem serviu para mostrar que essa aproximação, cada vez mais, é uma parceria que ganha força e consistência e quem ganha é a ortopedia.
Os oito dias que passei na cidade, recentemente, foram riquíssimos em conhecimento ortopédico e serviram também para eu matar a saudade de pessoas que me ajudaram a viver, da melhor maneira possível, aquela inesquecível experiência de conhecimento que tive há oito anos.
Ilustres companhias para falar de cirurgia do joelho
Entre os presentes ao encontro de ortopedistas da Universidade de Pittsburgh estava ninguém mais nem menos do que Dr. Freddie Fu, possivelmente o maior conhecedor de cirurgia de LCA do mundo.
Credenciais não lhe faltam para ser assim considerado: Fu é um dos mais profícuos produtores de literatura a respeito do assunto. Se não bastasse, preside o Departamento de Cirurgia Ortopédica e o Centro Médico da Universidade de Pittsburgh (University of Pittsburgh Medical Center — UPMC). O médico sino-americano tem, entre seus pacientes, o astro do futebol mundial Zlatan Ibrahimovic.
A Universidade de Pittsburgh tem um dos maiores centros de medicina esportiva do mundo. Sua escola de ortopedia é uma das mais respeitadas.
Pude participar de um dia inteiro do evento sentado ao lado dele, trocando impressões a respeito do conteúdo compartilhado pelos palestrantes e discutido pelos especialistas presentes. Que privilégio ser um dos presentes!
Quem acompanha minhas redes sociais viu meus posts a respeito e também ficou sabendo, em primeira mão, que Fu virá ao Brasil em novembro. Ele é convidado de honra do professor Moisés Cohen para participar do Congresso Anual da SBOT, que será realizado entre os dias 14 e 16 de novembro.
Mas o tour de conhecimento não parou por aí. No dia 10 de junho, assisti a quatro cirurgias realizadas pelo Dr. Volker Musahl, profissional ligado à Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh e outra referência no mundo da ortopedia especializada em joelho.
Comigo, neste acompanhamento a Volker, estava um velho amigo, cuja trajetória me serve de inspiração sempre: Dr. Paulo Araújo, cirurgião ortopedista, coordenador da ortopedia no Hospital Sírio Libanês de Brasília e também formado pela USP de Ribeirão e com extensão em Pittsburgh. Aliás, minha ida a Pittsbugh, em 2011, deveu-se a Araújo, que me falou, na época, sobre essa oportunidade.
Depois de passar o dia 10 com Volker e Araújo, participei de uma excelente reunião com os dois, cuja finalidade foi estruturar uma parceria para promover a pesquisa em cirurgia do joelho e, dessa forma, ajudarmo-nos mutuamente a melhorar, ainda mais, nossos trabalhos e os trabalhos dos nossos alunos e colegas de profissão.
Amigos, cerveja e a companheira de uma vida
Mas nem só de ortopedia e joelho se fez o meu retorno à primaveril Pittsburgh. Aproveitei alguns dos oito dias para curtir um casal ao qual sou imensamente grato: Paul Johnson e Nara Barbosa.
Durante a viagem em busca de mais conhecimento ortopédico por Pittsburgh, aproveitei para rever alguns bons e velhos amigos.
Há oito anos, pude ficar em Pittsburgh e desenvolver meus estudos porque eles aceitaram receber a mim e a minha família. Na ocasião, minha filha tinha apenas sete meses e, como pais novos, tínhamos muitas inseguranças sobre essa temporada no exterior. Graças a eles, a experiência foi a melhor e mais acolhedora possível.
Nesta breve e recente passagem, mais uma vez, ficamos na casa deles. Depois de encerrados os compromissos ortopédicos, minha esposa e eu aproveitamos para circular pela cidade, matar a saudade de um passado não tão distante, cheio de boas lembranças e, claro, aproveitar o clima agradável para sair à noite, tomar boas cervejas e comer bem.
Em resumo, tive uma curta temporada longe da rotina do dia a dia, mas, ainda assim, envolvido por tudo aquilo que mais amo: ortopedia, amigos, cerveja, boa comida e, principalmente, a companhia da minha esposa, Adélia.
0 comentários