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Cirurgias eletivas em tempos de Covid

Na mesa redonda virtual de que participei, pude mostrar como Ribeirão Preto, com a participação ativa da FMRP-USP, tem feito um bom trabalho na contenção da propagação da Covid, o que facilitou a retomada das cirurgias eletivas em alguns hospitais.

Na última quinta (19), participei de mesa redonda virtual sobre a retomada das cirurgias eletivas em alguns hospitais de Ribeirão Preto, como o Hospital da Unimed. Participaram da mesa redonda representantes de hospitais, de fontes pagadoras e cirurgiões-ortopedistas, meu caso.

Vale lembrar que em meados de março, o Ministério da Saúde pediu a suspensão as cirurgias eletivas (agendadas) com a finalidade de garantir que haveria leitos hospitalares suficientes para as possíveis vítimas da Covid. Felizmente, em algumas cidades, a doença e seu impacto no sistema de saúde está sob relativo controle e, por ora, as cirurgias eletivas essenciais — aquelas em que a demora para ser realizada pode piorar o prognóstico do paciente — foram retomadas em alguns hospitais.

A mesa redonda foi uma oportunidade interessante para eu tratar do tema de maneira bastante científica. Pude, na ocasião, mostrar como o compromisso do povo ribeirão-pretano, com a saúde de toda a comunidade, tem feito da cidade uma referência na contenção da propagação da Covid, o que permitiu, há cerca de três semanas, que o Hospital da Unimed voltasse a realizar cirurgias eletivas essenciais.

GRANDE APRENDIZADO

Ao ser convidado para participar, de forma voluntária, da mesa redonda, que foi organizada pela Depuy Synthes Companies, da J&J Medical, eu pude imergir em estudos e entrevistas com colegas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), sobretudo meus colegas da 47ª turma da FMRP. Aprendi muito sobre a Covid e seus impactos nos sistema de saúde ao me preparar para essa mesa redonda e aprendi ainda mais durante a mesa redonda.

HC de Ribeirão ainda não está fazendo cirurgias eletivas.
HC de Ribeirão ainda não está fazendo cirurgias eletivas

Aliás, a FMRP e o Instituto Butantan, por meio de alguns de seus profissionais, integram o Comitê Técnico de Critério Epidemiológico, criado pelo secretário de Saúde da cidade, Sandro Scarpelini. O comitê realizou estudo para estimar a taxa de contaminação na cidade de acordo com características por região e perfis populacionais.

Isso ajudou enormemente no desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas e o resultado é que Ribeirão Preto é exemplo de sucesso no combate à pandemia até o momento. O Comitê estima que haja, na cidade, perto de 8.505 pessoas contaminadas. Por isso, acompanha de perto a evolução dos casos.

QUADRO PERMITE CIRURGIAS ELETIVAS

Durante o debate, usei essas informações todas para explicar que, diante de um quadro controlado, como o que apresentamos na cidade, com poucos infectados, baixa taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e um sistema de saúde funcionando muito bem e respeitando todas as regras de segurança sanitária e procedimentos médicos exigidos pelos órgãos competentes, alguns hospitais da cidade estão realizando cirurgias eletivas essenciais.

Compartilhei, com os colegas da mesa redonda virtual, minhas experiências pessoais em relação ao tema. Trabalho no Hospital das Clínicas (HC), que é público, e no Hospital da Unimed, particular. O HC não está realizando as cirurgias eletivas, mas o da Unimed está.

Hospital da Unimed de Ribeirão Preto (HURP) está realizando cirurgias eletivas respeitando todos as orientações dos órgão competentes.
Hospital da Unimed está realizando cirurgias eletivas respeitando todos as orientações dos órgão competentes

Há três semanas, estamos trabalhando cirurgias eletivas sob um rígido protocolo que inclui o uso de EPIs por parte de todos os profissionais e pacientes; a priorização de cirurgias eletivas essenciais; a realização dos testes de sorologia e exames de imagem do pulmão para saber se o paciente está contaminado com a Covid; e o uso de uma ala específica do hospital, chamada de “ala livre de Covid”, onde tudo é pensado e executado para garantir a assepsia necessária para que não haja espaço para infecção.

Também esclareci, durante o evento, que tanto no Hospital da Unimed, quanto no HC há uma revisão das práticas a cada dez ou quinze dias, com base nas informações da Secretaria de Saúde do município. Assim, diante de qualquer piora ou melhora da taxa de contaminação por coronavírus e ocupação dos leitos de UTI do sistema de saúde, as práticas podem ser mudadas.

Otimista incorrigível que sou, faço fé que, daqui para frente, as notícias serão as melhores possíveis e seguiremos o caminho de retomada de uma nova normalidade que seja boa e segura para todos.

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3 Comentários

  1. Felipe Pasternak

    Será que é seguro mesmo, Dr?

    A taxa de contágio e mortes no país só cresce. Tratar Ribeirão Preto de uma forma isolada é no mínimo questionável, visto que nossa cidade está longe de ser referência na consciência coletiva para o uso de máscaras e isolamento social.

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    • Wagner H. P. Borges

      Felipe, obrigado pelo comentário.
      Dr. Salim informa que os dados contidos no texto respeitam todas as recomendações médicas e estudos científicos.
      É uma situação que deve ser sempre revista. O cenário pode ser alterado e vamos informar e nos posicionar quando acontecer.
      Abraço.

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  2. Larissa Anschau

    Ótimo artigo! Super informativo. Parabéns pelo Site!

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