Conversei com o médico do esporte, doutorando em fisiologia do esporte, oftalmologista, triatleta e, acima de tudo, meu amigo Paulo Puccinelli e ele trouxe, para esse espaço de conhecimento, algumas dicas de saúde para corredores iniciantes. São dicas valiosas.
O primeiro passo em práticas esportivas ou, numa visão menos pretensiosa, na adoção de uma atividade física frequente costuma ser dado na corrida. A ideia de que a corrida é um exercício mais “à mão”, embora seja verdadeira, também pode ser perigosa. Iniciar essa prática sem as devidas orientações pode transformar um projeto de qualidade de vida e saúde em dores e lesões.
Por isso, conversei com o médico do esporte, doutorando em fisiologia do esporte, oftalmologista, triatleta e, acima de tudo, meu amigo Paulo Puccinelli e ele trouxe, para esse espaço de conhecimento, algumas dicas de saúde para corredores iniciantes.
“Para evitar que o início da prática da corrida traga contratempos médicos, é essencial procurar profissionais qualificados da área de saúde [médico do esporte, nutricionista, profissional de educação física e fisioterapeutas]. Primeiro deve-se realizar uma avaliação global da saúde em busca de possíveis fatores que limitem ou até mesmo contraindiquem a pratica do esporte”, explica Puccinelli.
Para começar e continuar a correr
Uma vez liberado pelo médico, o ideal é que o corredor procure a orientação de um profissional de educação física, que deverá ser responsável pela prescrição e o monitoramento dos treinos.
O médico ressalta que a busca por profissionais especializados não deve limitar ou impedir o início da prática esportiva. “De antemão, o indivíduo está autorizado a iniciar a prática com atividades leves, mas, assim que possível, é mais do que indicado buscar a orientação desses profissionais, para garantir que nenhum problema médico interrompa o novo hábito.”
Puccinelli diz que os problemas médicos mais frequentes entre os corredores iniciantes são as dores musculares, a fadiga por falta de energia ou hidratação e lesões musculares e tendíneas por sobrecarga de exercícios.
“A ideia de contar com esses profissionais é justamente evitar tais problemas. Eles são capazes de orientar o atleta de modo a aumentar a carga de treinos de forma progressiva, de ajustar seus hábitos alimentares, de corrigir gestos esportivos e treinar o fortalecimento muscular, fundamental na prevenção de lesões.”
“Correr não é tão simples como parece”
Puccinelli é categórico em afirmar que correr não é tão simples como parece. “Não basta apenas colocar uma roupa confortável, calçar um tênis e sair por aí. A corrida representa uma sucessão de saltos e isso gera um estresse mecânico intenso para o corpo, principalmente nas articulações dos membros inferiores, incluindo os joelhos.”
Sem dúvida, quando se fala em corrida, os joelhos merecem atenção especial e posso falar a respeito como ortopedista especializado na articulação. Algumas alterações anatômicas e funcionais, como joelho valgo (estático ou dinâmico), gestos esportivos inadequados ou biomecânica que provoque sobrecarga específica, favorecem o surgimento de dores e lesões nos joelhos. Nesse sentido, o trabalho com ortopedistas, médicos do esporte, fisioterapeutas e educadores físicos é, indiscutivelmente, fundamental.
Outro ponto, que pode parecer capricho, mas é altamente relevante, é a escolha do tênis. “Essa decisão é individual e cada corredor possui características específicas que devem ser levadas em conta na escolha do tênis. Mas os profissionais de educação física e médicos do esporte podem auxiliar o corredor através de uma avaliação estática e dinâmica para a definição do biótipo e do tênis mais indicado para o indivíduo”, explica Puccinelli.
Os corredores que mais se lesionam
A preocupação com os iniciantes no universo das corridas e, mais precisamente, com os que correm esporadicamente não é à toa. “A maior incidência de lesões em praticantes de corrida é justamente nos indivíduos que correm esporadicamente, justamente porque não costumam contar com preparação e treinamentos específicos para a prática da modalidade.”
As palavras do médico do esporte reforçam a ideia de que a busca por ajuda profissional não deve se restringir àqueles que têm pretensões competitivas, embora entre estes, por haver naturalmente uma exigência física e técnica maior, o acompanhamento de profissionais especializados seja ainda maior também. “Ao correr, estamos expondo o corpo a um estresse e isso deve ser feito de forma segura e sadia.”
A importância dos preparadores físicos, nutricionistas, médicos e também dos fisioterapeutas é resultado não apenas do conhecimento médico de Puccinelli, mas também pela sua experiência como triatleta. “Ao lado de um indivíduo que busca performance, seja ele amador ou profissional, deve haver profissionais comprometidos que lhe permitam extrair o máximo de desempenho possível do seu corpo.”
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