“Fiquei muito feliz com a revisão de prótese que fiz. Meu paciente tinha sete ou oito cirurgias prévias e estava sem andar há três anos. Tenho certeza que, depois dessa intervenção, sua história vai mudar.”
Meus últimos dez dias foram cheios de atividades. Apesar do inconveniente da pandemia, não posso me queixar: sigo fazendo o que gosto, junto dos que amo e com resultados que me enchem de orgulho.
No dia 13 de julho, tive a oportunidade de dar aula a mais de 230 médicos num módulo do curso da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) direcionado a residentes do 4ª ano, que se preparam para a prova que lhes dará o título de cirurgiões do joelho. O assunto: ligamento cruzado posterior (LCP).
Retorno à Emergência do HC e banca de mestrado
Um aspecto da minha rotina que mudou por causa da pandemia foi a suspensão temporária das cirurgias eletivas no HC de Ribeirão Preto. Com isso, esporadicamente, passei a atuar na unidade de emergência do HC, a qual, por muito tempo, foi minha casa.
Meu retorno momentâneo me colocou ao lado de velhos amigos. É sempre bom lembrar das raízes, dos desafios enfrentados e superados juntos. Sobretudo, dos aprendizados.
Finalizei, no dia 15 de julho, o tratamento de um paciente que teve uma luxação bilateral dos dois joelhos. Fiz, o longo de todo o tratamento, o reparo do ligamento cruzado posterior e do ligamento colateral medial de um dos joelhos; o reparo e a reconstrução do canto posterolateral de ambos e o reparo e a reconstrução do canto posteromedial de uma das articulações.
No mesmo dia, ainda participei da banca de qualificação de mestrado do aluno Caio Luiz de Toledo Oliveira, orientado pelo Prof. Dr. José B. Volpon, cujo tema foi o tratamento do pé torto congênito. Espero ter contribuído para o importante estudo que Caio desenvolveu.
Motivo de orgulho e realização
Os dez dias de intensos trabalhos tiveram como ponto alto o tratamento de um paciente com uma falha óssea grande, sequelas de uma fratura no planalto tibial, pseudoartrose e infecção prévia. Ele vinha de oito cirurgias prévias, inclusive revisão de prótese, em outros serviços. Meu trabalho consistiu em mais uma revisão de prótese. Usei uma tecnologia chamada Hinge, com cunha medial.
Fiquei muito feliz com o trabalho. Saí da sala de cirurgia consciente da qualidade da intervenção. Meu paciente estava sem andar há três anos. Tenho certeza que, depois dessa cirurgia, sua história vai mudar.
Como não terminar essa jornada de trabalho sem se sentir realizado?
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