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Saiba quais são as lesões mais comuns em nadadores

Para saber quais são as lesões mais comuns em nadadores, falei com o meu amigo e médico do esporte da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Rodrigo Brochetto Ferreira, que está na Coreia do Sul acompanhando nossos atletas no Mundial de Esportes Aquáticos.

A natação é considerada um dos esportes mais saudáveis do mundo, por, entre outras razões, estar associada a baixos riscos de lesão. Mas, a exemplo de outros esportes, quando praticada em alta performance, também pode machucar.

Nesse contexto, os ortopedistas, que é o meu caso, acabam atuando como ferramenta diagnóstica. A equipe multidisciplinar, formada por fisiatras, médicos do esporte, fisioterapeutas e educadores físicos são os profissionais que, de fato, tratam e previnem as lesões dos atletas. Por isso, fiz questão de trazer meu amigo e médico do esporte Rodrigo Brochetto Ferreira para falar um pouco do tanto que sabe sobre esse tema.

“O ombro é a articulação mais sensível a lesões entre os nadadores”, explica o médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), diretamente de Gwangju, Coreia do Sul, onde está sendo realizado o Mundial de Esportes Aquáticos.

Médico da CBDA, Rodrigo Ferreira, acompanha delegação brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, e, de lá, nos fala sobre as lesões mais comuns em nadadores.

Médico da CBDA, Rodrigo Ferreira, acompanha delegação brasileira no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, e, de lá, nos fala sobre as lesões mais comuns em nadadores.

O evento, um dos principais da modalidade no mundo, começou em 12 de julho e termina no dia 28 do mês. Até agora, o Brasil faturou cinco medalhas: duas de ouro, em águas abertas, nos 5 km e 25 km, com Ana Marcela Cunha; duas de bronze, com o veterano Nicholas Santos, nos 50 metros borboleta, e com João Gomes, nos 50 metros peito; e uma de prata, com Felipe Lima, também nos 50 metros peito. As três últimas medalhas citadas, foram conquistas nas piscinas de Gwangju.

“A maioria das lesões em nadadores se deve à sobrecarga de treinos. Como se trata de um esporte individual, sem contato físico entre os atletas, raramente há lesões traumáticas”, diz Ferreira.

Segundo o médico, das lesões no ombro, a mais comum é a tendinopatia do tendão supraespinhal. “Mas também é comum haver lesões em outros músculos do manguito rotador.”

A natação e as lesões de Joelho

Pode parecer que não, mas os joelhos dos nadadores também podem sofrer. “Quando se trata de joelho, é necessário dividir as lesões mais frequentes em dois grupos de nadadores, conforme o estilo de nado.”

O médico da CBDA explica que o primeiro grupo é constituído pelos nadadores de crawl, costas e borboleta. “Pela exigência do nado, esses atletas estão mais suscetíveis à tendinopatia patelar, o que acontece, normalmente, por causa do aumento abrupto do volume de treinos, mais especificamente, de pernadas.”

Em relação aos nadadores do nado peito, como fazem muitos movimentos de adução (que exigem mais da parte interna das pernas), costumam ter lesões relacionadas à parte medial do joelho. “Assim, alguns atletas lidam com tendinopatia da pata de ganso e sobrecarga no ligamento colateral medial.”

Ferreira explica que essas lesões dos nadadores não costumam ser muito graves a ponto de impossibilitar os atletas de treinar e competir. “Nesses casos, adaptamos o treino. Se a lesão for no ombro, o nadador faz fisioterapia e treina apenas a perna. Se for no joelho: faz fisioterapia e treina o braço.”

Ombro é a articulação mais suscetível a lesões entre os nadadores, segundo o médico da CBDA.

Ombro é a articulação mais suscetível a lesões entre os nadadores. Segundo o médico da CBDA, das lesões no ombro, a mais comum é a tendinopatia do tendão supraespinhal.

Os tratamentos mais usados

O médico dos nadadores da seleção brasileira explica que os tratamentos mais usados na reabilitação dos atletas são a liberação miofascial, fisioterapia, soltura manual, microcorrente e ventosoterapia.

A liberação miofascial é uma técnica de massagem que aplica pressão em pontos do corpo para ajudar a relaxar e alongar os músculos, liberando-os da fáscia, tecido que os reveste. A microcorrente é uma eletroestimulação com correntes de baixa intensidade e frequência.

Já a ventosoterapia serve para melhorar a circulação sanguínea em algumas partes do corpo. “O uso das ventosas se popularizou entre os atletas de natação por causa de [Michael] Phelps, o principal nome da história do esporte, que usava esse tipo de tratamento.”

Melhor prevenir do que remediar

Como as lesões na natação são causadas por sobrecarga e não traumas, o mais importante é preveni-las. “Trabalhos de fortalecimento muscular são fundamentais. Nesse sentido, os atletas de natação são bem regrados.”

Ferreira diz que também há, por parte dos atletas, um empenho grande em melhorar a biomecânica dos movimentos do esporte. Mais do que ganhar desempenho, esse ajuste técnico torna os movimentos mais saudáveis, prevenindo lesões.

“Porém, não são somente erros técnicos na execução dos movimentos que provocam lesões. É preciso ter cuidado ao aumentar a carga de treinos. Principalmente, não se pode aumentá-la abruptamente.”

Ou seja, é fundamental equilibrar todos esses pontos: fortalecimento, aprimoramento biomecânico e um volume de treinos apropriado sem aumentos abruptos. “Dessa forma, previnem-se as lesões na natação.”

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