Muito procurada por médicos residentes que querem se especializar em cirurgia do joelho, Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo, tem uma das escolas de ortopedia mais respeitadas nacional e internacionalmente. Em abril, mais três especialistas em joelho foram formados.
A medicina, sabidamente, é uma das profissões que demandam mais tempo de estudo. Para se formar médico, é preciso seis anos. Mas essa jornada vai além. Há, quase sempre, a especialização, que, dependendo do caso, pode durar de dois a quatro anos. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP – USP) é referência e, quando se trata de ortopedia, sua notoriedade nacional e internacional é ainda maior e a procura de médicos residentes pela especialização é grande.
Isso porque a escolas de ortopedia da USP de Ribeirão Preto (SP), sobretudo quando se trata de joelho, é berço de novas técnicas cirúrgicas, como a onlay, desenvolvida pelo famoso professor Cléber Paccola, para a reconstrução do ligamento cruzado posterior (LCP).
“Eu atuo como médico assistente na orientação dos residentes, no grupo de joelho, desde 2009. Fui preceptor por três ou quatro anos aqui no HC também. É uma satisfação fazer esses trabalhos e ver nossos colegas de profissão vencerem essa importante etapa de suas vidas profissionais”, diz o Dr. Rodrigo Salim e aluno do Prof. Paccola.
Médicos residentes: chegadas e partidas
No primeiro dia deste mês, Salim se despediu de três alunos, que concluíram o quarto ano de residência em ortopedia no HC. “Dois deles, Igor Leonardo Cardoso de Sousa e Bruno Paulo Marques da Fonseca, estiveram conosco desde o primeiro ano de residência. No último ano, recebemos o terceiro, Paulo Henrique Casagrande, que havia feito a primeira parte da residência em outro serviço, mas, ao ouvir boas referências sobre nossa especialização, procurou-nos. Nosso serviço tem, como grande diferencial, a oportunidade de especialização em joelho e trauma, tudo com o carimbo da USP.”
O caminho, de fato, é laborioso. “Os residentes, no primeiro ano, chamado de R1, têm aulas no ambulatório. Eles acompanham nosso trabalho [exames, pós-operatório etc.]. No segundo ano [R2], começam a entrar conosco na sala de cirurgia. Acompanham a gente e vão, assim, desenvolvendo a vivência do centro cirúrgico. No terceiro ano [R3], enfim, tornam-se ortopedistas. Então, precisam realizar uma prova da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia [SBOT] para ganhar o título de ortopedista e traumatologista. É uma prova muito dura, referência da nossa sociedade médica, que exige muito estudo.”
Especialização da especialização para residentes
A partir do momento que se tornam ortopedistas, os médicos podem atuar na totalidade dos temas da ortopedia. Se quiserem, porém, podem se tornar ainda mais especialistas e é aí que, no caso da USP de Ribeirão, entra o quarto ano de residência. “O médico que quer trabalhar com uma ou duas áreas especificamente do aparelho locomotor, precisa fazer o quarto ano de residência (R4). É o caso do cirurgião de joelho.” Como a demanda em Ribeirão é grande por essa especialização, a universidade aplica, aos candidatos, uma prova específica.
“No R4, os alunos atuam no ambulatório, onde fazem, sob nossa supervisão, atendimentos; participam de reunião clínica e científica, onde discutimos artigos científicos e todos os casos que serão operados e os que já passaram por operação para analisar o resultado; por fim, temos o dia cirúrgico, em que atuam, como cirurgiões, sob nossa orientações, em alguns casos, e nos auxiliam em procedimentos mais complexos.”
Salim diz que o quarto ano de residência é de intensa convivência. “Costumo brincar que os vejo mais do que vejo minha esposa nesse período. Mas é um ano especial: todos os anos, eu ganho, com esse trabalho de orientação, entre três e quatro novos amigos. Isso porque, por ano, costumamos ter 3 ou 4 cirurgiões formados.”
Grande satisfação em ter concluído minha especialização em cirurgia do joelho com esses mestres. Agradeço imensamente ao Prof. Fabricio Fogagnolo, Dr. Rodrigo Salim e todos os demais membros da equipe de preceptoria. Foi um ano de muito trabalho, conhecimento e grandes amizades. O HCRP-FMRP/USP fica guardado em meu coração. Grande abraço a todos.