O inspirador clima de Floripa e a vontade de desbravar “novos mundos”

Uma viagem pelo passado, à borda de uma bola de futebol e na companhia de ídolos, e um laboratório do futuro com a dedicação presente do amigo e aluno Dr. José Leonardo… Duas viagens a Floripa que me trouxeram muita alegria

Tive a oportunidade de viajar a Florianópolis duas vezes neste ano. Na primeira, participei de um torneio de futebol, organizado pelo Costão do Santinho e batizado de Copa da Pelada, envolvendo jogadores amadores, como eu, mas, em cada uma das equipes, havia um ex-profissional, como Elivelton, Edmilson, Amaral, Athirson, Borges e muitos outros.

Eu joguei na equipe do ex-atleta Edu Sales. Participei da brincadeira — que todos levamos a sério — a convite de um grande amigo, o anestesiologista Camilo Kageyama, e ambos pudemos dividir esses dias de futebol e amizade na companhia de nossas esposas.

A segunda oportunidade foi ainda mais recente, durante os dias 15, 16 e 17 de setembro, quando participei de ensaios biomecânicos para técnicas de sutura meniscal contínua e inside-out, no Laboratório de Engenharia Biomecânica (LEBm), um centro de estudos de vanguarda e que está sob a supervisão de um dos maiores nomes do Brasil em biomecânica, o Prof. Dr. Eng. Carlos Rodrigo Roesler.

Na ocasião, acompanhei meu amigo e aluno, Dr. José Leonardo Rocha de Faria, que desenvolve uma pesquisa nessa linha. Durante os ensaios, foram testados 58 meniscos suturados com duas técnicas diferentes. A ideia é comparar a eficácia das técnicas. Os resultados desses ensaios serão a base da conclusão do estudo de doutorado do Dr. Leonardo.

Além do Prof. Roesler, da equipe do LEBm, estavam presente o Prof. Dr. Med. Ari Moré Ocampos e o MSc. Eng. Arthur. Os ensaios também contaram com a presença da aluna de medicina Mariana Radulski.

Ídolos e gente querida

Sobre a primeira passagem por Floripa, não é novidade, para quem me acompanha, que sou fã de futebol e que tentei ser jogador antes de ser médico. Porém, para a bola, faltou-me talento. Ainda bem, porque esse insucesso me trouxe até à medicina, à ortopedia, à cirurgia do joelho e à medicina esportiva. E, por essas vias, fui parar no Costão do Santinho e pude dividir o gramado com ídolos e amigos…

Quer saber se o “meu time” foi campeão? Terminamos o torneio invictos, mas, do grupo de times que se enfrentaram na primeira fase da competição, só uma equipe pôde passar adiante, e não foi a nossa. Tudo bem, eu me diverti assim mesmo.

Na segunda passagem, além da experiência laboratorial e de poder acompanhar um profissional tão talentoso como o Dr. José Leonardo, eu pude conversar muito com pessoas incríveis, algumas novas amigas, como o Dr. Roesler e a futura ortopedista Mariana Radulski — cujo interesse por aprender impressiona e nos faz acreditar que a ortopedia terá um futuro brilhante —, e outras amizades antigas, como meu tio Walter e minha tia Alzir, que moram em Floripa há 16 anos.

Maresia marciana

Embora os propósitos das viagens tenham sido bastante distintos, ambas me marcaram e me deixaram uma íntima impressão de que Florianópolis é uma cidade inspiradora. Seja por ter me devolvido ao passado sonhado e não vivido de jogador de futebol, o que me encheu de vigor juvenil para seguir em frente com a humildade dos aprendizes; seja por ter me colocado ao lado de profissionais de um laboratório de ponta que tanto sabem e tanto me ensinaram em pouquíssimos dias, dando-me uma clara e auspiciosa perspectiva de futuro dentro da profissão que desempenho e amo.

Acho que agora entendo a história que Dr. Roesler me contou durante um almoço quando estive lá… Ele me disse que foi depois de uma visita a Floripa, que Elon Musk, fundador da Tesla, decidiu investir em seu empreendimento mais ousado: o SpaceX, uma empresa cujo objetivo é reduzir os custos de transporte espacial e, um dia, permitir a colonização de Marte… De jeito nenhum quero me comparar a Musk, mas se um gênio, como ele, foi impactado pelo clima de Floripa, parece-me natural que um reles mortal, como eu, também tenha sido.