Sem fé na medicina, seria impossível a Marcos realizar o novo sonho que o imponderável lhe impôs. Um sonho aparentemente modesto, mas, posto no contexto, uma vitória épica.
Ao longo da vida, perdemos e ganhamos sonhos. A história de Marcos Roberto Leandro ilustra bem a ideia. Aos 20 anos, ele sonhava com uma carreira de sucesso como jogador de futebol. “Nunca fui um fenômeno, mas era um volante técnico, ambidestro, batia bem faltas, escanteios. Joguei profissionalmente pelo América de Morrinhos, um time de Goiás, e pelo Batatais Futebol Clube, time da minha cidade.”
O jogo da vida, contudo, exigiu que ele colocasse à prova sua ambivalência, não apenas física, das penas, mas, sobretudo, emocional e espiritual. Sem fé, seria impossível realizar o novo sonho que o imponderável lhe impôs. Um sonho aparentemente modesto, mas, posto no contexto, uma vitória épica. “Quando passei em consulta com o Dr. Salim, em agosto de 2019, eu disse a ele: ‘Meu sonho é um só: poder pedalar, Dr’.”
Mas esse sonho começou muitos anos antes, no dia 1º de outubro de 1993. Marcos iria jogar, pelo Batatais, uma partida que seria realizada no município vizinho de Jardinópolis, também em São Paulo. “O ônibus atrasou meia hora e isso me irritou. Para piorar, havia umas 40 pessoas para embarcar e, no ônibus, só cabiam 28. Quando o pessoal começou a entrar e vi que não caberiam todos, decidi ir embora.” Mas o técnico o considerava imprescindível e correu atrás dele. “Voltei ao ônibus — eu era muito fominha — e um pessoal desceu para que fôssemos sem lotação.”
“Naquela época, nem uso de cinto era obrigatório”
Ele só não sabia que, das irresponsabilidades possíveis, o ônibus superlotado era apenas uma. Marcos logo descobriria, da pior maneira possível, que o motorista estava bêbado. “Naquela época, nem uso de cinto era obrigatório, que dirá teste de bafômetro.” Mas bastou alguns quilômetros de estrada para que todos notassem a embriaguez do motorista. “Ele fazia curvas usando a faixa adicional.”
O problema é que nem todos os trechos tinham faixa adicional e, num dado ponto do percurso, quando os pneus do veículo passaram pelo desnível do acostamento, o ônibus tombou. “Eu estava no penúltimo banco e, quando vi que o ônibus tombaria, tentei segurar no ferro que fica no alto, no centro do corredor. Ao me levantar e segurar no ferro, meu corpo acompanhou o tombamento do ônibus e minha perna direita saiu pela janela.”
O ônibus se arrastou pela pista, de lado, por uns cinco metros. “Quando o veículo parou e eu atinei para o que estava havendo, senti um peso na perna. Eu estava caído. Olhei para trás e vi um tênis, era meu. Meu pé estava lá. Meu corpo estava para dentro do ônibus e minha perna para fora. O ônibus estava sobre ela. Consegui mexer o pé; mais nada. O ônibus havia se arrastado por cinco metros com a minha perna embaixo.”
“Eu nutria a esperança de ao menos poder chutar uma bola”
Marcos pediu ajuda aos colegas para que levantassem o ônibus. Não conseguiram. “Mas apareceu uma turma que passava pela estrada e encontraram um jeito fazer uma alavanca e erguer parcialmente o ônibus. Um amigo, que estava comigo, puxou a minha perna para dentro. No momento em que eu a vi, já sabia: futebol, nunca mais. Eu estava preocupado com a minha vida. O fêmur estava à vista, a tíbia também e dava para ver que estava bem fraturada.”
Marcos foi levado a um pronto-socorro em Brodowski, cidade mais próxima, e na sequência, de ambulância, foi levado à Santa Casa de Ribeirão Preto. Ficou internado 27 dias, período no qual foi submetido a seis cirurgias. Entre elas, uma cirurgia plástica.
“O médico me disse que eu havia perdido músculos, fraturado a perna em algumas partes e que deveria me concentrar na ideia de preservá-la e mais nada. Recordo-me que, embora o sonho do futebol profissional tivesse acabado, eu nutria, ainda, na época, a esperança de um dia poder chutar uma bola, mesmo que sem a menor pretensão. Acreditava que a medicina evoluiria ao ponto de me permitir essa satisfação.”
A esperança durou até uns 30 anos, mas, como a evolução do tratamento não era a esperada, ao contrário, havia propostas médicas que sugeriam uma artrodese, ou seja, a fusão da tíbia no fêmur e a aniquilação do joelho — proposta que ele negou de pronto —, Marcos logo abriu mão, até mesmo, do sonho de poder chutar uma bola.
O saco roxo do Dr. Cleber Pacolla
Entre 1993 e 1994, foram oito cirurgias. Em 1997, faria a nona. Tudo, para conseguir uma flexoextensão do joelho que não chegava a dez graus. “Meu pé entortou 45 graus para fora por causa dessa rigidez no joelho. Foi nessa ocasião que recebi a proposta da artrodese. O médico argumentava que meu pé, ao menos, ficaria reto. Mas eu respondi a ele: ‘Dr., o senhor vai me desculpar, mas, aos 30 anos, fazer uma artrodese é assinar uma sentença de morte e eu ainda acredito na medicina.”
Em 2008, Marcos Leandro conheceu o Dr. Cleber Pacolla, então professor e chefe do Dr. Rodrigo Salim. Dr. Pacolla sugeriu a realização de uma osteotomia, procedimento pelo qual se corrigi o ângulo da perna, e que permite uma pisada mais apropriada. Pacolla garantiu que haveria melhora tanto na flexoextensão quanto no pé.
“Lembro que fiquei intrigado e perguntei ao Dr. Pacolla: ‘Dr., já fui a vários médicos no Brasil todo e ninguém quis fazer nada. Eles me disseram que não havia o que fazer. Por que o senhor diz que dá?”. Marcos diz que a resposta dele foi inesquecível: “Porque ninguém tem o saco roxo que eu tenho.” Ao longo de 2008, foram três cirurgias com o Dr. Cleber Pacolla. “Ele realmente conseguiu uma melhoria considerável. O pé voltou ao normal e passei de menos de 10 graus de flexoextensão para 30.” Mas Marcos queria mais e a medicina corria, em sua insone jornada, para poder atendê-lo.
O sonho de um transplante de joelho
Em 2017, Marcos soube que havia um médico, também de Ribeirão Preto, amigo de Pacolla, mas radicado nos EUA, que fazia transplante de joelho: era o Dr. Maurício Kfuri. “Fui atrás do contato dele e consegui seu e-mail. Trocamos mensagens. A orientação era a seguinte: para passar com ele, antes, eu teria de passar com Dr. Rodrigo Salim, em Ribeirão.”
O exame de Salim constatou que Marcos precisava retirar alguns pinos da osteotomia realizada por Pacolla em 2008, mas o transplante, dado a condição geral da perna de Marcos, não poderia ser realizado. A cirurgia de retirada dos pinos foi feita por Salim e mais uma vez houve pequena melhora no quadro. “Dr. Salim, contudo, disse-me que havia a chance de melhora bem mais consistente se eu colocasse uma prótese de joelho. Levei um tempo para me decidir se colocaria ou não a prótese e, em agosto de 2019, comuniquei a ele que estava decidido a fazer. Foi aí que Marcos disse: ‘Meu sonho é um só: poder pedalar, Dr’.”
“Disposição e esperança, isso nunca me faltou”
Em 30 de novembro de 2019, Salim realizou a artroplastia em Marcos Leandro, que, logo depois do procedimento, deu início à fisioterapia. A pandemia atrapalhou um pouco sua reabilitação, mas o que são alguns meses para quem esperou 27 anos. “No fim de junho, eu pude, finalmente, pedalar com um amigo pela cidade. Antes disso, consegui pedalar numa bicicleta ergométrica. Meu fisioterapeuta, um grande amigo que fiz por causa da lesão e que está comigo desde 1993, filmou tudo, chorando pela conquista, que também é dele, com certeza.”
Apesar da enorme conquista, Marcos não quer parar por aqui. Outro sonho, dos muitos que ele “ganhou” ao perder o sonho da juventude, é o de poder ajoelhar-se no banco de uma igreja para agradecer a Deus, de joelhos, pelo que tem realizado. “Fui à igreja depois que pedalei e agradeci como pude.”
A dificuldade especial em ajoelhar-se é porque Marcos perdeu três músculos no acidente. Porém, para quem evoluiu tanto e esperou tanto por isso, manter a fé no futuro e na medicina é fácil. “Eu falo, sempre que posso, para o Dr. Salim, o amigo que a medicina me deu: ‘Você tem toda técnica, competência e mérito que fizeram a diferença para mim, eu só precisava ter disposição e esperança e isso nunca me faltou’.”
Olá meu Amigo q história mais linda eu também Passei por isso graças a a deus e nossa senhora tive o prazer de achar esse homem de Deus DR Rodrigo Salim o melhor de Tdos mi deu uma vida nova também depois de 4 cirurgia no joelho e não pode anda ao normal mais fiquei com a perna torta dezenganado da medicina tdos médico q fui nenhum queria colocá as mãos em mim eu vinha embora desanimado e chorando não sabia mais oq fazer com muita fé fis uma promessa para nossa senhora Aparecida pedi pra ela q mi curase q iluminasse a cabeça de algum médico q mi colocaria as mãos a devido dela q fissece a cirurgia em mim q eu ficaria bom Graças a Deus nossa senhora e ao Dtor Rodrigo Salim hj ando norma corro normalmente e faço q eu sempre gostei de fazer jogar bola hj sim sou um Homem feliz graças a Elis Nossa senhora Deus e Dtor Rodrigo Salim o melhor excelente profissional essa linda história vou pode conta para minha filha q hj tem 11 meses de idade sempre lembrarei desse Homem de Deus Rodrigo Salim obg por tdu q vc feis por mim
Parabéns pela perseverança e aos médicos envolvidos Nossa gratidão pela dedicação e empenho.
Que depoimento incrível!!! Muito incentivador para inúmeros casos de pacientes que muitas vezes perdem a esperança por uma qualidade descida melhor decorrente de graves lesões.Parabéns dr.Salim pela excelência no seu trabalho e no seu humanismo tão essencial no trato com os pacientes.Grande mestre também o dr.Paccola.Medicina é isso!!!!!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻🙌🏻