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Parceria é preferir caminhar com um amigo no escuro, que sozinho na luz

É um grande orgulho ter me tornado parceiro de profissão de um mestre, dividindo, com ele, entre outras atividades, alguns dos meus maiores desafios como cirurgião. Eu costumo dizer que a parceria que formo com o prof. Dr. Fabricio Fogagnolo tem a mesma sintonia, amizade e graça que outra dupla parceira muito mais famosa, porém, não mais importante que a nossa…

São muitas as frases que traduzem sensivelmente o valor da amizade e da parceria. Mas uma delas, em especial, dita pela escritora norte-americana Helen Keller, traduz a parceria que tenho há quase duas décadas com o professor Dr., meu mestre, Fabricio Fogagnolo, de quem fui aluno-residente em 2003, quando tudo começou. Helen disse: “Prefiro caminhar com um amigo no escuro, que sozinha na luz”.

Apesar dos longos anos dividindo salas de cirurgia, conversas em corredores do Hospital das Clínicas da FMRP-USP, estudos científicos, simpósios, congressos, orientações técnicas e tudo o que envolve nossa vida profissional, não é preciso remontar quase duas décadas de parceria para provar sua profundidade. Basta resgatar o que fizemos nas primeiras duas semanas de setembro de 2019.

Nesse período, já realizamos, juntos, quase uma dezena de cirurgia, algumas de alta complexidade, como um caso de luxação de joelho, com lesão multiligamentar que atingiu os cruzados posterior e anterior e posterolateral, sem contar uma lesão do nervo fibular.

No mesmo dia, fizemos uma revisão de prótese de joelho. A paciente tinha uma prótese monocompartimental e foi preciso fazer uma revisão para prótese total. Fizemos ainda, em um paciente que tinha uma deformidade complexa do membro inferior, uma osteotomia dupla (fêmur e tíbia) para corrigir o alinhamento do eixo de sua perna.

Talvez essas expressões técnicas não digam muito para o leitor menos afeito ao vocabulário médico, mas são cirurgias que demandam muita proficiência e conhecimento, o que Dr. Fogagnolo, como meu professor e colega de trabalho, sempre demonstrou com sobras, razão pela qual sempre foi uma referência para mim. Por isso, é um orgulho imensurável ter me tornado seu parceiro de profissão, dividindo com ele alguns dos meus maiores desafios como cirurgião.

Acima de tudo, um parceiro de conhecimento

Além das cirurgias complexas, na terça-feira (10) da semana passada, organizamos, juntos, mais um encontro do Clube do Joelho de Ribeirão Preto, do qual participou o prof. Dr. Camilo Helito, que é médico assistente do Hospital das Clínicas da capital paulista. Helito é um dos maiores publicadores (produtores de literatura) sobre lesões no ligamento anterolateral do joelho. Além dele, também contamos com a presença do professor de fisioterapia da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Dr. Fabio Serrão.

O clube foi um sucesso, com quase 80 participantes. A interatividade entre a plateia e os palestrantes deu o tom do evento do começo ao fim. A ideia do clube, de trabalhar com educação continuada a todo o vapor, tem sido muito bem realizada em todos os eventos, mas, nesta oportunidade, me impressionou especialmente. Além de conhecimento, foi um encontro leve e bem-humorado.

Aliás, por falar em humor, eu costumo dizer que a parceria que formo com Fogagnolo tem um paralelo noutra dupla parceira muito mais famosa, porém — tenho de puxar a sardinha para o nosso lado —, não mais importante.

Sei que estão curiosos para saber quem de nós dois é o magro e quem é o gordo, mas não vou dizer. Guardarei segredo e seguirei caminhando ao lado desse amigo, seja na luz ou na escuridão.
Sei que estão curiosos para saber quem de nós dois é o magro e quem é o gordo, mas não vou dizer. Guardarei segredo e seguirei caminhando ao lado desse amigo, seja na luz ou na escuridão.

Estou falando de “O Gordo e O Magro”. Sei que não é do tempo de todos os que estão lendo este texto, mas, se procurarem na internet, vão encontrar episódios dessa série inesquecível e que mostra o valor de uma boa parceria. Vale ponderar, também, que o forte dos parceiros da TV era o humor atrapalhado. Diferentemente da nossa dupla, cujo forte é a cirurgia do joelho, mas, nem por isso, falta-nos humor.

Ah, eu sei que estão curiosos para saber quem de nós dois é o magro e quem é o gordo, mas não vou dizer. Guardarei segredo e seguirei caminhando ao lado desse amigo, seja na luz ou na escuridão.

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2 Comentários

  1. Fábio V. Serrão

    Olá Dr. Rodrigo, boa noite, tudo bem?

    a Aline me enviou o link. Gostei muito de tudo que o senhor (apesar de mais jovem do que eu) escreveu. Novamente, gostaria de agradecer o senhor, o Dr. Fabrício e a Aline pelo convite e por terem me recebido tão bem no último Clube do Joelho. Eu confesso que eu estava muito preocupado. Desde o convite da Aline eu encarei essa apresentação como uma grande responsabilidade. Mais também fiquei muito orgulhoso de ter sido convidado para fazer a apresentação. Após o Clube do Joelho eu enviei uma mensagem para a Aline dizendo que eu havia gostado muito das discussões e como elas haviam ocorrido. Eu estava me referindo ao “clima agradável” das discussões. Ou seja, mais ou menos o comentário que o senhor fez no texto. Pretendo, daqui para frente, participar do Clube do Joelho de Ribeirão Preto não apenas pelo alto nível das discussões, mas também pelas pessoas participantes.

    Um abraço,

    Fábio V. Serrão (Fabinho)

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    • Wagner H. P. Borges

      Bom-dia, Fábio…
      Abaixo, retransmito a mensagem que Salim mandou em resposta ao seu comentário…

      Meu caro Fábio.
      Bom demais contar com sua participação no Clube e, com certeza, sua presença será sempre especial para nós.
      Aliás, aproveito para cumprimentá-lo pelo excelente conteúdo científico e pela didática com que transmitiu seu conhecimento.
      Contamos sempre com você e pode contar conosco.
      Será uma honra recebê-lo.
      Abraço, Salim.

      Responder

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