Seja para Nadal ou qualquer outra pessoa, as causas da tendinite no joelho costumam ser as mesmas. A sobrecarga de exercícios é uma delas, mas não é a única. Tipo de calçado, execução incorreta de movimento esportivos e alterações anatômicos são algumas das possíveis causas.
Rafael Nadal é um dos maiores nomes da história do tênis e do esporte. Perto de completar 33 anos, o espanhol é famoso, sobretudo, pelo domínio quase absoluto num dos torneios mais difíceis, importantes e tradicionais do tênis: Roland Garros, disputado em Paris, na França, e cuja edição de 2019 começou no domingo, dia 26 de maio. São 11 títulos, apenas duas derrotas e, com as vitórias sobre os alemães Yannick Hanfmann e Yannick Maden, nos dois primeiros jogos do torneio neste ano, o espanhol chegou a 88 vitórias nas quadras de saibro do famoso torneio.
O domínio só não é, de fato, absoluto, porque Nadal não venceu o torneio em três oportunidades: 2009, 2015 e 2016. Em 2015, ele nem disputou, porque estava lesionado. Nas outras duas oportunidades, foi eliminado na quarta e terceira rodadas, respectivamente. Embora dê crédito aos seus adversários, a verdade é que, logo depois das eliminações, Nadal ficou meses afastado do tênis por um mesmo problema: uma tendinite no joelho. Na verdade, Nadal tem tendinite nos dois joelhos e de forma crônica. Nas oportunidades em que não venceu Roland Garros, Nadal estava sofrendo com fortes dores por causa da tendinite.
Agora, quais são as causas desse distúrbio? No caso de Nadal, sem dúvida, a sobrecarga, o estresse a que submete seus joelhos é um dos principais fatores. O espanhol tem um estilo de jogo notadamente físico, baseado no fundo de quadra, com muitas trocas de bola e uma inacreditável disposição para alcançar todas as bolas que lhe mandam seus adversários. Se não bastasse, costuma participar de muitos torneios ao longo do ano.
Com essas características, não é raro que a “conta” lhe seja cobrada, mesmo com uma preparação física apropriada e uma condição muscular favorável.
Causas e diagnósticos da tendinite no joelho
O fato é que, seja para Nadal ou qualquer outra pessoa, as causas costumam ser as mesmas e a sobrecarga de exercícios não é a única. Pode-se acrescentar a elas: o tipo de calçado, a execução incorreta de movimento esportivos, defeitos anatômicos (joelho varo, valgo ou dismetria dos membros inferiores), superfície de jogo muito dura (o saibro é um dos tipos de piso menos duros do tênis e, como se vê pelo desempenho histórico, é onde Nadal sofre menos; na maior parte das vezes, sua tendinite “pega” nas quadras duras) e desequilíbrios musculares.
Os sintomas que levam a um problema crônico costumam se dividir em três fases. Na primeira, o paciente sente desconforto após a atividade física, mas consegue realizá-las. Além disso, o tendão não apresenta alterações anatômicas. Na segunda fase, a dor aparece já no início do treino. Na terceira, estabelece-se um processo degenerativo consolidado. As fibras ficam alteradas e o problema pode se tornar crônico. O avanço dessa fase, que enrijece o tendão e traz riscos de lesões mais graves, como a ruptura, exige, por um período mais longo, a suspensão das atividades esportivas.
O diagnóstico de tendinite pode ser feito de algumas maneiras. Uma consulta cuidadosa pode revelar o quadro clínico característico, mas, nalguns casos, vale a pena fazer a ultrassonografia para confirmar a suspeita. A ressonância magnética é adequada caso haja a suspeita de lesão parcial do tendão.
Sobre o tratamento
No tratamento, o primeiro passo é evitar atividades que agravam os sintomas. No caso de tendinite aguda, o repouso é essencial. O uso de medicamentos vai depender da prescrição ou não pelo médico. Assim que for diagnosticado o problema, o médico dará as corretas orientações.
Em relação aos casos refratários (sem respostas satisfatórias) ao tratamento inicial, inúmeras ferramentas estão à disposição: sessões de fisioterapia, terapia de ondas de choque e, se for o caso, intervenções cirúrgicas.
Nesse sentido, não é apenas nas quadras que Nadal se mostra exemplar. Não foram poucas as vezes em que ele ficou seis meses ou mais tempo longe das quadras reabilitando-se de suas tendinites ou mesmo de outras lesões em outras partes do corpo, sob orientação de seu médico de confiança, Ángel Ruiz Cotorro.
O fato é que, com o estilo de jogo dele, não era de se imaginar que chegasse aos 33 anos batendo recordes. Mas é o que tem acontecido. No dia 19 de maio, o espanhol venceu o Master 1000 de Roma, torneio que precede Roland Garros, e se tornou o maior vencedor de Masters 1000 da história. Pela dedicação que demonstra ao tênis, é possível esperar ainda muitas realizações desse fenômeno do esporte.
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