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Sobre seguir em frente mesmo com diagnósticos difíceis

Desde um artigo publicado numa revista com alto fator de impacto, passando pelo atendimento clínico diário, por cirurgias semanais a orientações a jovens médicos; tudo isso é grande e tem muito valor. Quando vemos dessa forma, ganhamos mais força para suportar as adversidades

A vida é cheia de oscilações e contradições. No mesmo momento ou num intervalo curto de tempo, podemos ser tomados por sentimentos completamente antagônicos. Recentemente, fui surpreendido com o triste diagnóstico de uma doença séria em um parente pra lá de especial. A notícia mexeu comigo. Mesmo lidando diariamente com questões de saúde em minha profissão, não é fácil, sobretudo quando se trata de alguém tão próximo.

Porém, ao mesmo tempo, pude experimentar, nesta semana, um sentimento de alegria e orgulho ao saber que o trabalho de doutorado do meu amigo, fonte de inspiração e “orientando”, Dr. Hugo Cobra, será publicado por uma das revistas com maior fator de impacto na área: a The Journal of Arthroplasty. Para quem trabalha com pesquisa e ciência aplicada na prática, essa conquista não é corriqueira, sobretudo porque o trabalho de Cobra, de fato, contribuirá demais para a medicina em todo o mundo — estou certo disso.

Além disso, outro trabalho científico, para o qual pude contribuir um pouco, que trata da reparação da raiz meniscal póstero-medial, valendo-se de uma técnica alternativa e bastante eficiente, também ganhou espaço em importante revista internacional: a Arthroscopy Techniques. Deste trabalho, destaco os doutores (e autores) Rodrigo Araújo Goes, Raphael Serra Cruz, Douglas Mello Pavão, Phelippe Maia e José Leonardo de Faria, um time de muita categoria, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), com o qual tenho tido a honra e o privilégio de trabalhar e aprender.

Para fechar a semana, mais um acontecimento que serviu de contraste para a má notícia que recebi antes: participei do Congresso de Ortopedia e Traumatologia do Estado de São Paulo (Cotesp), representando a Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) e o grupo de joelho da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), contribuindo, em um debate sobre “Reconstrução do ligamento colateral medial”, com o Programa Científico de Lesões no Esporte.

Em grande medida, o diagnóstico do meu ente querido me trouxe uma tristeza reflexiva que, paradoxalmente, contribuiu para que eu enxergasse ainda mais significado nas realizações de uma semana. Percebi também que nenhuma dessas realizações pode ser considerada “pequena”: desde um artigo publicado numa revista com alto fator de impacto ( que não é nada trivial), passando pelo atendimento clínico diário, por cirurgias semanais a orientações a jovens médicos; tudo isso é grande e tem muito valor. Quando vemos dessa forma, ganhamos mais força para suportar as adversidades — que, queiramos ou não, sempre hão de vir.

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