No último dia da pescaria, coube a mim pescar o maior peixe — não é história de pescador! A viagem, um sonho de infância, cumpriu a missão de me trazer a alegre lembrança do meu pai, de me apresentar uma natureza de beleza fulgurante e ainda recarregar as minhas energias
No fim de abril, realizei um sonho de infância: fui pescar no Pantanal mato-grossense. Sei que meu site se concentra, sobretudo, no “meu lado médico”, mas um médico, antes de qualquer coisa, é gente como tantas outras e acho legal que os pacientes saibam disso. Por isso, vez ou outra, dou-me o direito de fazer um post “diferente”.
Antes de tudo, preciso agradecer a quem me deu essa chance: o brilhante advogado e amigo Ricardo Sordi, que recebeu o convite de seus amigos de Goiás e não pensou duas vezes em incluir-me nessa inesquecível jornada — além da amizade, ele me chamou porque achava que, como ele, eu nunca havia pescado; nesse caso, ele não seria o único novato. Agradeço a ele e também aos amigos que fiz durante a viagem, prevista para abril de 2020, mas que, em razão da pandemia, precisou esperar dois anos para se realizar.
Contudo, o tempo de espera para essa experiência é bem maior do que dois anos, como disse… Passei a minha infância, em quase todos os finais de semana, pescando em lagoas da minha cidade natal, Piracicaba (SP), com meu pai. Uma vez por ano, ele ia pescar com seus amigos no Pantanal. Ele me dizia que, quando eu fizesse 14 anos, me levaria junto. Infelizmente, esse dia não chegou. Quando eu tinha 13 anos, meu pai nos deixou.
Por isso, quando China, como é conhecido Ricardo Sordi, me chamou para a pescaria, não titubeei em dizer “sim” — claro que, antes, precisei seguir os trâmites naturais e obrigatórios a um homem casado para conseguir o “alvará” da esposa. Aliás, agradeço-a imensamente pela compreensão e consideração. Afinal, com dois filhos, a ajuda do marido em casa é sempre mais do que bem-vinda.
Assim, fomos, num grupo de 30 pessoas, numa chalana maravilhosa, com toda a estrutura necessária, navegando o rio Paraguai a partir da cidade de Cáceres na direção da Bolívia. Um baita clima de confraternização e alegria. Além de China, queria destacar a companhia de Cleuber Marques e de Charles Rodrigues, com os quais dividi o camarote durante a viagem e também a canoa de pesca, comandada pelo pirangueiro e nosso professor de pesca Luciano.
No começo, o time da nossa canoa só fisgou peixes considerados “menos nobres” no Pantanal: piranhas, palmitos, abotoados… Um deles era quase menor que a isca. Porém, no último dia da pescaria, coube a mim pescar o maior peixe de todos. E não se trata de história de pescador, tenho testemunhas — e fotos. Eu pesquei um pintado de 1,32 metro e quase 30 kg.
Para mim, a lembrança da “briga” que tive com o peixe e a satisfação por ter vencido já me servem de alimento para a alma. Aliás, pretendo seguir realizando a pesca esportiva sempre que possível. Realmente, tomei gosto por esse esporte. Por falar em esporte, antes de voltar, no sábado, junto com China, assisti ao jogo do verdão do Mato Grosso, o Cuiabá, pelo campeonato brasileiro: um empate com o Atlético Goianiense por um a um, num jogo agradável de assistir.
Em resumo, a viagem sonhada desde a infância cumpriu a sua missão de me devolver, com alegria, a lembrança do meu pai, de me apresentar uma natureza de beleza fulgurante e ainda me permitiu recarregar as energias para retomar o trabalho e voltar à família.
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