Bom, vou contar o que houve: no dia 8 de novembro, lesionei o tendão de Aquiles — pois é, quem cuida também se machuca. Agora, estou aqui, lidando com meus pensamentos, passando pelo que meus pacientes passam e compartilhando um pouco desse aprendizado com vocês
A gente está aqui para aprender e teimar com os acontecimentos que fogem ao nosso controle não me parece inteligente. Desde que me formei, posso dizer que, exceção há alguns poucos dias de férias, no máximo uma semana, não tiro férias. Sou workaholic? Pode ser, o que sei mesmo é que muitas pessoas dependem da minha força de trabalho: família, colaboradores, parceiros e pacientes.
Mas acho que, neste fim de novembro, o imponderável se incumbiu de me parar, mesmo que apenas temporariamente; justamente no momento em que não me faltavam planos para colocar em prática. Eu gosto de acreditar que Deus nos manda sinais. Por isso, em vez de resistir ao que parece um balde de água fria ao meu ânimo nesse momento, procuro entender o que Ele quer me ensinar.
Bom, vou contar o que houve: no dia 8 de novembro, lesionei o tendão de Aquiles — pois é, quem cuida também se machuca. Teimoso e preocupado, não parei, segui trabalhando por duas, três semanas. Tentei tratar de modo conservador a ruptura, usando uma botinha que mantinha meu pé inclinado, mas, até por seguir ativo em minha rotina de cirurgias no SUS e na clínica, não suportei o tratamento.
Decidi, então, pelo tratamento cirúrgico. Fui operado, na semana passada, por dois grandes amigos, os doutores Daniel Maranho e Fabrício Fogagnolo. Como eu já tinha uma tendinopatia insercional do tendão calcâneo desenvolvida há mais de uma década, eles aproveitaram a cirurgia para fazer a reconstrução do tendão de Aquiles e, também, para tratar da tendinopatia. Felizmente e graças a perícia dos meus colegas, correu tudo muito bem. Ainda assim, terei de ficar três ou quatro semanas sem pisar.
Por isso, estou aqui, lidando com meus pensamentos e passando pelo que meus pacientes passam, aprendendo mais sobre os revezes que eles experimentam. Estou pensando também que, se não tivesse lesionado meu tendão de aquiles, teria, nos últimos dias, dividido com vocês minhas impressões do 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), que aconteceu do dia 24 a 26 de novembro.
Também teria compartilhado minha presença ao lançamento do livro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ), intitulado “Cirurgia do joelho: dicas e truques da técnica cirúrgica”, do qual, com meus professores, Maurício Kfuri e Fabricio Fogagnolo, participei, contribuindo para a elaboração de três capítulos. É a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), mais uma vez, colaborando para a ciência médica! Agora, nossa colaboração foi para um livro que deve estar na cabeceira da cama dos cirurgiões de joelho de todo o País.
Mas, mesmo sem poder estar presente a este lançamento e ainda sem o livro em mãos, sigo aprendendo e, não vou mentir, sigo também assistindo a quase todos os jogos da Copa. Já que não posso fazer o que gosto no consultório ou numa sala de cirurgia, faço o que gosto na sala de casa, em frente à TV (risos).
Dr. Rodrigo, com certeza logo logo o sr estará otimo. Não seria necessário o sr. se tornar paciente para entender o q seus pacientes passam pós operatório pois com seu carinho , dedicação e profissionalismo pelo q faz, minha recuperação foi tranquila, sem stress, pelo contrário momentos de muita superação ,aceitação , e graças a confiança q sr. me passou nem me lembro da recuperação de tão rápida e feliz pelo meu novo joelho !!! ##prótese total #joelho! obrigada e fique bom logo! #dr. Rodrigo Salim