Meu amor pela medicina está sobre ombros de gigantes

Devo a meus professores Cleber Paccola, Maurício Kfuri e Fabrício Fogagnolo meu sucesso como médico. Por sucesso, que fique claro, deve-se entender autorrealização, amor pela medicina: poder viver do que gosto e ter meu trabalho reconhecido pelos pacientes e por meus colegas profissionais da área da saúde.

Das descobertas que fiz na vida, a que mais me impressionou eu encontrei em mim mesmo: o amor pela medicina. Quando se é garoto, a ideia de jogar futebol costuma ser, quase sempre, a mais sedutora. Comigo, não foi diferente. Mas, olhando retrospectivamente, a medicina sempre esteve, em meu íntimo, à espera de que eu fosse capaz de vê-la com os olhos que ela precisava ser vista.

Além da tentativa de jogar futebol profissionalmente, frustrada por algumas lesões no joelho (e também pela falta de habilidade, técnica e talento necessários), a ideia de me tornar médico foi inspirada pelo desejo da minha mãe e pelo encantamento que me causava ver as pessoas cuidando do meu pai, a quem perdi muito cedo, por uma série de problemas médicos, os mais graves de natureza cardíaca.

Cuidar dos outros, de alguma maneira, significa retribuir o cuidado que minha mãe, minha família e profissionais da saúde dedicaram a meu pai quando esteve doente.

A descoberta do amor pela medicina

Durante o cursinho, meu professor de matemática ficou impressionado com a minha capacidade de realizar cálculos e insistiu para que eu prestasse vestibular para Engenharia Aeronáutica. Eu prestei, mas algo me dizia que precisava prestar para medicina também.

Sucesso é poder viver do amor pela medicina e ter meu trabalho reconhecido pelos pacientes, pelos médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas e demais profissionais da área da saúde com os quais trabalho.
Sucesso é poder viver do que gosto e ter meu trabalho reconhecido pelos pacientes, pelos médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas e demais profissionais da área da saúde com os quais trabalho.

Passei para o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), um dos vestibulares mais difíceis do País e também passei para Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP).

As aulas no ITA começavam em janeiro e, na USP, em fins de março. Comecei no ITA e senti que não era para mim. No terceiro mês do ano, estava em Ribeirão, dando início ao curso que me revelaria minha verdadeira vocação e missão de vida.

A ciência médica me encantou desde o princípio e, desde o começo também, ciente de que queria me especializar em ortopedia, mais especificamente em joelho, ao fim da formação médica, iniciei minhas residências e encontrei os gigantes que me ensinaram e desenvolveram minha melhor faceta como médico.

Sobre ombros de gigantes

“Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes”, escreveu o cientista Isaac Newton. Não acredito, de maneira alguma, que esteja “vendo mais longe” que meus preceptores, o finado professor Cleber Paccola, o mentor, e ainda hoje companheiro de estudos, Maurício Kfuri e o professor, companheiro de trabalho e chefe Fabrício Fogagnolo. Porém, devo muito a eles.

Devo, em grande parte, a esses gigantes, como homens e médicos, o meu sucesso e, que fique claro, por sucesso, deve-se entender autorrealização: poder viver do que gosto e ter meu trabalho reconhecido pelos pacientes, pelos médicos, fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas e demais profissionais da área da saúde com os quais trabalho.

Pelo exemplo deles, tenho conhecimento de que nosso trabalho em busca do aprendizado não tem fim. De certa forma, eles realizam, na prática, outra célebre frase de Newton: “O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.”

Dedicados à prática clínica, ao atendimento em hospitais e a uma incansável atuação acadêmica, Paccola se esmerou por toda a vida a desvendar cada vez mais gotas. Professor Kfuri e Fagagnolo fazem o mesmo e eu sigo o exemplo deles. Sempre digo aos nossos residentes: somos privilegiados por conviver, aprender e operar com esses “Caras”.

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