Renovamos nosso conhecimento e nos tornamos aptos para os novos desafios de nossa profissão por meio do aprendizado, do convívio e da troca frequente que encontros como a Jornada de Ortopedia e Traumatologia da Unimed nos proporciona. É assim que nos tornamos melhores.
Nos dias 15 e 16 de setembro, aconteceu a 8ª Jornada de Ortopedia e Traumatologia da Unimed Ribeirão Preto. Eu tive a oportunidade de integrar a comissão organizadora e participar ativamente da produção deste evento, que foi um tremendo sucesso de público, com mais de 300 participantes, e de crítica, com muitos testemunhos positivos e entusiasmados de congressistas — médicos ortopedistas, residentes e fisioterapeutas.
Fiquei muito feliz por ter podido reencontrar velhos amigos, médicos com os quais estudei, do lado dos quais trabalhei, para cujas residências contribuí como preceptor e fisioterapeutas com os quais divido a rotina de diária de cuidar e curar as pessoas de moléstias ortopédicas. Confesso que, ao ver os residentes que ajudei a formar no HC, senti uma grande saudade e um desejo de, quiçá no futuro, participar dessas jornadas pessoais de aprendizado.
Também me emocionei com a presença de um grande número de fisioterapeutas, muitos deles me deram a alegria de um abraço e de algumas fotos. Todos os fisioterapeutas do Centro de Recuperação da Unimed estiveram lá e pude conversar com eles. Os três fisioterapeutas, com os quais trabalho diretamente e que integram a equipe multidisciplinar da Acahdre Health Care, estavam lá. Assim como boa parte do corpo clínico da Acahdre, no caso os doutores Vitor Casagrande, Flávio Barbi, Paulo Bortolin (que deu uma aula no evento) e Alex Calderon. Com essa presença multidisciplinar da Acahdre, vale frisar a importância da relação fisioterapia-ortopedia, essencial para o êxito de qualquer tratamento ortopédico.
Patrocinadores e palestrantes
Sabemos que o Brasil não vive seu melhor momento econômico e que os investimentos, em grande medida, estão represados. Até por isso, agradecer aos patrocinadores da nossa jornada é fundamental e devo fazê-lo com o justo destaque. Afinal, eles embarcaram nessa realização porque acreditam na educação médica e não medem esforços para que o conhecimento continue a ser promovido e compartilhado. Sem eles — e, por mais óbvio que possa parecer, é sempre bom reiterar — não seria possível realizar um evento dessa natureza que, vale frisar, não visa nenhuma espécie de lucro. É tudo pelo conhecimento.
Quando falamos em conhecimento, temos de lembrar dos palestrantes que, também comprometidos com a educação médica, vieram a Ribeirão Preto, nalguns casos, de fora do Brasil, sem receber nenhum tipo de remuneração. Foi-me dada a honra de fazer a programação científica do evento e convidar professores universitários de todo o Brasil, muitos deles da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Também contamos com a participação de professores da AO Foundation, uma das maiores instituições de traumatologia do mundo. Estamos falando de profissionais de renome nacional e internacional, como Maurício Kfuri, William Belangero, Fabrício Fogagnolo, Matheus Azi, Edgard Engel, Ricardo Cury, cujo aceite, por si, trouxe-me um sentimento de gratidão muito grande.
Com tanta abnegação, é claro que as palestras só poderiam ser o que foram: muito bem avaliadas e apreciadas, a ponto de os próprios palestrantes assistirem um à palestra do outro e, depois, em conversas particulares, falarem sobre como aprenderam com o que o colega trouxe.
A Aula Magna do professor Kfuri
Bom, diante deste reconhecimento, é mais do que justo falar de um dos meus grandes mentores, o professor Maurício Kfuri, que veio dos EUA para Ribeirão só para estar conosco. Para isso, declinou o convite de um evento da Arábia Saudita. Da participação do professor Kfuri, que também envolveu aulas ortopédicas, vale destacar a Aula Magna, na qual ele falou sobre como é formado um ortopedista nos EUA. Segundo ele, lá como cá, é necessário muita dedicação e tempo para se tornar um ortopedista. Disse que as instituições americanas, recentemente, passaram a avaliar não apenas habilidades e conhecimentos, mas, também, comportamento.
Outra característica do modelo americano é a exigência de recertificação do cirurgião- ortopedista a cada 10 anos. Isso porque, a cada 6 ou 7 anos, é necessário reciclar o conhecimento em razão dos avanços que essa ciência alcança.
Nossa “recertificação” é a educação continuada e o convívio
Antes de finalizar esse texto, não posso me esquecer de agradecer à empresa Oxford, em nome de suas diretoras, Juliana e Lucimar, que nos ajudou com toda a estruturação do evento. Jamais poderia esquecer a dona do evento, a Unimed, claro, empresa cooperativa que me permite realizar boa parte do meu trabalho em Ribeirão Preto. Devo a ela convite para organizar a jornada e as melhores condições possíveis para realizar esse trabalho.
É imprescindível, ainda, lembrar e agradecer também a todos os membros da comissão organizadora do evento, que, para torná-lo realidade, reuniu-se várias vezes. Em algumas dessas reuniões, adentramos a madrugada na busca de proporcionar a melhor jornada possível. Por trás de todo esse empenho, havia um objetivo: beneficiar nossos pacientes. Afinal, todo o conhecimento que buscamos, todo o aprendizado que alcançamos por meio desse convívio, visa melhorar o tratamento deles.
De alguma maneira, a Aula Magna do professor Kfuri — que, além das palestras dadas no evento, foi meu conselheiro informal em sua organização, apoiei-me em seus ombros —, mostrou-me que, mesmo sem haver, oficialmente, uma recertificação, no Brasil, renovamos nosso conhecimento e nos tornamos aptos para os novos desafios de nossa profissão por meio do aprendizado, do convívio e da troca frequente que encontros como a Jornada Unimed nos proporciona. É assim que nos tornamos melhores.
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